quinta-feira, 10 de janeiro de 2013 | |

Profissão: perigo (3)

A seguir, trechos da entrevista publicada nesta quinta-feira com o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês):

Folha - O relatório da IFJ mostra que 2012 foi um dos anos mais sangrentos para a imprensa, com 121 jornalistas assassinados. O que esse número representa?
Jim Boumelha - É um número terrível, precisamos chamar atenção para ele. Se fossem cem médicos ou cem advogados assassinados em um ano, não se falaria em outra coisa no mundo.O mais preocupante é que a soma de mortes tem se mantido num patamar muito alto a cada ano que passa.

Folha - Os países em guerra civil lideram o ranking de mortes de jornalistas, mas não chegam à metade do total de casos no mundo. Por quê?
Boumelha As pessoas acham que a maioria das mortes acontece nas coberturas de guerra, mas isso não é verdade. A maior parte dos assassinatos que nós temos registrado é fruto de perseguição a profissionais que estão fazendo reportagens nos lugares em que costumam trabalhar no seu dia a dia. É muito barato matar um jornalista. A impunidade é muito grande. Em vários países, esta tem sido a melhor forma de silenciar um jornal ou interromper uma série de reportagens investigativas. Na maior parte das vezes, os alvos desses assassinatos por encomenda são jornalistas que não são famosos. Por isso, os crimes acontecem e muita gente nem se lembra dos nomes das vítimas.

Fonte: Bernardo Mello Franco"É muito barato matar um jornalista hoje no mundo", Folha de S. Paulo, Mundo, 10/1/13.

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